22 de janeiro de 2016

Sinto Falta

"Mas Zé, é que sinto falta. Falta da melodia, do balanço que ele me trazia para perto; Sinto falta das doces palavras, dos gestos, e sorrisos de lado. Sinto falta do abraço acolhedor e de sua voz suave. Ele era tão leve quanto uma folha, tão breve como um vento, tão cheio de defeitos, mas com esse seu jeito imperfeito quase perfeito."
Maiara Pietra Tomaz.

O Amor

"Que coisa bonita essa de conquistar sempre e sempre e sempre. De verdade, acho nobre. O amor é um sentimento tão belo para ficar assim esquecido, jogado, deixado de lado. Cada vez que vejo um senhorzinho olhando para a senhorinha com aquele olhar de poxa-você-é-tudo-o-que-eu-queria, abro um sorriso. E penso que vale, sim, a pena acreditar. Não é mágica, é só cuidado. Bem mais simples do que parece. Mas é preciso querer com o corpo inteiro."
Clarissa Corrêa. 

É que eu preciso dizer que te amo

"Quando a gente conversa contando casos, besteiras, tanta coisa em comum, deixando escapar segredos e eu não sei que hora dizer. Me dá um medo, que medo. Eu preciso dizer que eu te amo, te ganhar ou perder sem engano. E eu preciso dizer que eu te amo, tanto. E até o tempo passa arrastado só pra eu ficar do teu lado. Você me chora dores de outro amor, se abre e acaba comigo e nessa novela eu não quero, ser teu amigo. Eu preciso dizer que eu te amo, te ganhar ou perder sem engano. E eu preciso dizer que eu te amo, tanto. Eu já nem sei se eu tô misturando. Eu perco o sono lembrando cada riso teu. Qualquer bandeira fechando e abrindo a geladeira a noite inteira. Eu preciso dizer que eu te amo, te ganhar ou perder sem engano. E eu preciso dizer que eu te amo, tanto."
Cazuza. 

Se era Amor?

"Se era amor? Não era.
 Era outra coisa.
 Restou uma dor profunda, mas poética. 
Estou cega, ou quase isso: tenho uma visão embaraçada do que aconteceu. 
É algo que estimula minha autocomiseração. 
Uma inexistência que machucava, mas ninguém morreu. 
É um velório sem defunto. 
Eu era daquele homem, ele era meu, e não era amor, então era o que? 
Dizem que as pessoas se apaixonam pela sensação de estar amando, e não pelo amado. 
É uma possibilidade. 
Eu estava feliz, eu estava no compasso dos dias e dos fatos. 
Eu estava plena e estava convicta. 
Estava tranquila e estava sem planos.
 Estava bem sintonizada. 
E de uma dia para o outro estava sozinha, estava antiga, escrava, pequena. Parece o final de um amor, mas não era amor. 
Era algo recém-nascido em mim, ainda não batizado. 
E quando acabou, foi como se todas as janelas tivessem se fechado às três da tarde num dia de sol. Foi como se a praia ficasse vazia. 
Foi como um programa de televisão que sai do ar e ninguém desliga o aparelho, fica ali o barulho a madrugada inteira, o chiado, a falta de imagem, uma luz incômoda no escuro.
 Foi como estar isolada num país asiático, onde ninguém fala sua língua, onde ninguém o enxerga. 
Nunca me senti tão desamparada no meu desconhecimento. 
Quem pode explicar o que me acontece dentro? 
Eu tenho que responde às minhas próprias perguntas. 
Eu tenho que ser serena para me aplacar minha própria demência. 
E tenho que ser discreta para me receber em confiança.
 E tenho ser lógica para entender minha própria confusão. 
Ser ao mesmo tempo o veneno e o antídoto. 
Se não era amor, Lopes, era da mesma família. 
Pois sobrou o que sobra dos corações abandonados. 
A carência. 
A saudade. 
A mágoa. 
Um quase desespero, uma espécie de avião em queda que a gente sabe que vai se estabilizar, só não sabe se vai ser antes ou depois de se chocar com o solo.
 Eu bati a 200Km/h e estou voltando a pé pra casa, avariada.
 Eu sei, não precisa me dizer outra vez. 
Era uma diversão, uma paixonite, um jogo entre adultos. 
Talvez seja este o ponto. 
Talvez eu não seja adulta suficiente para brincar tão longe do meu pátio, do meu quarto, das minhas bonecas. 
Onde é que eu estava com a cabeça, Lopes, de acreditar em contos de fadas, de achar que a gente manda no que sente e que bastaria apertar o botão e as luzes apagariam e eu retornaria minha vida satisfatória, sem sequelas, sem registro de ocorrência? 
Eu nunca amei aquele cara, Lopes. 
Eu tenho certeza que não. 
Eu amei a mim mesma naquela verdade inventada.
 Não era amor, era uma sorte. 
Não era amor, era uma travessura. 
Não era amor, era sacanagem. 
Não era amor, eram dois travessos. 
Não era amor, eram dois celulares desligados. 
Não era amor, era de tarde. 
Não era amor, era inverno. 
Não era amor, era sem medo. 
Não era amor, era melhor."
Martha Medeiros. 

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